segunda-feira, 19 de agosto de 2013

TRANSPORTE COLETIVO DE CANGUÇU AS IDAS E VINDAS DO PROCESSO

 
 
Foto: Prefeito Gerson falou a nossa reportagem a respeito
 
TRANSPORTE COLETIVO DE CANGUÇU AS IDAS E VINDAS DO PROCESSO
Lei Federal Nº 8.987 de 1995 – Lei Municipal 3449 DE 2010
Como radialista, procuro acompanhar de perto em nosso município as demandas de nossa população, principalmente naquilo que é seu direito constitucional e que depende sua aplicabilidade a ações do governo, seja ele municipal, estadual e federal. No caso em questão irei abordar as idas e vindas da Lei que regulamenta o transporte coletivo de nosso município, que primeiramente esteve por duas legislaturas em debate na Câmara Municipal, onde por esse período esteve sob a análise dos Vereadores, onde recebeu sugestões oriundas principalmente dos empresários proprietários das empresas concessionárias das linhas de ônibus do município. Sou testemunha dos debates realizadas na Câmara a maioria proposto pelos Srs. Empresários, que através de seu representante legal, procurava convencer os nobres Edis na busca da aprovação de um Projeto de Lei afinado com suas pretensões, até ai nada de anormal, cabia aos Vereadores através da oitiva da população contrapor seus argumentos em favor dos usuários, se fosse o caso.
E nessa busca de um Projeto que atendesse a todos, empresários e usuários o mesmo, como tudo que é de interesse coletivo nesse País, acabou se arrastando em meio aos debates e ai passou-se uma legislatura, veio a seguinte, novamente as discussões, lobby dos empresários lotando o plenário da Câmara com seus funcionários, convites para reuniões por parte dos empresários aos Vereadores, ás  vezes com um churrasquinho para acalmar tensões...Enquanto isso as reclamações dos usuários, cientes agora de seus direitos ecoava, junto aos seus representantes e também nos órgãos de imprensa do município, dentre os quais; Baixa qualidade dos serviços prestados pelos concessionários, baseada principalmente no excesso de lotação e o não cumprimento das gratuidades existentes em Lei, o mau trato dado aos aposentados o que até acabou em registro de ocorrência na DP local, por um Vereador e ainda reclamações quanto aos valores cobrados pela passagem. Por outro lado os Empresários em contraponto as reclamações apontadas pelos usuários, alegam principalmente o excesso de gratuidade, as quais são arcadas exclusivamente pelos mesmos, o que impediria investimentos na frota e uma melhor qualidade dos serviços prestados, além dos impostos cobrados para a execução dos serviços. Donde se conclui, numa análise, superficial de que os Empresários procuram compensar as despesas decorrentes dos impostos e das gratuidades, colocando menos carros na linha, ou seja, os que são obrigados a viajarem em pé acabam pagando pelos que por Lei tem direito a viajarem de graça. Na semana passada fui a campo para observar “in loco” essa questão, utilizei na primeira semana do mês em curso, do transporte coletivo para me deslocar até a Rádio Kerb e constatei que no ônibus que embarquei a lotação de passageiros sentados era de 49 pessoas e o mesmo estava lotado, sendo que viajei em pé assim como mais umas dez pessoas, no trajeto até o Herval, observei que a maioria dos que estavam sentados eram pessoas idosas, portanto dentro do que preceitua o Estatuto do Idoso tem o direito de viajarem de graça e assim comprovei, pois ao descerem não entregavam o canhoto de sua passagem ao motorista. Coloquei-me no lugar do empresário que gera emprego e renda dentro do município, imaginem transportar e não receber nada por isso e ainda gastar com a manutenção da prestação do serviço, seria o mesmo que na Rádio termos apoiadores culturais e ao final do mês não recebermos nada pela divulgação. Mas ai cabe um questionamento aos senhores empresários se é deficitário porque não entregam as concessões.... e acaba sobrando para os  usuários que nesse embate  arcam com alto preço das passagens e baixa qualidade dos serviços prestados e ainda viaja de pé.
A Lei do Transporte Coletivo em seus diversos artigos, ao meu entender procura atender as expectativas tanto dos empresários quanto dos usuários, mas até agora não foi possível coloca-lo em prática em nosso município, esbarrou na primeira parte do Projeto que preceitua a abertura de processo de Edital de Concorrência Pública 03 de 2003, para que empresas adquiram o direito de fazerem as linhas alocadas no certame. E mais uma vez o projeto se arrasta se antes no Legislativo, agora no Executivo, pois o que teve início na administração do Prefeito Cássio Motta não andou e agora na atual administração teve que ser retirado devido a apontamentos de falhas no Edital. Em recente entrevista a mim concedida pelo atual Prefeito sobre o assunto e em conversas com os empresários a conclusão é de que o Edital foi mal elaborado há muitas controvérsias, que  não vai proporcionar aos usuários um barateamento nas passagens, os empresários que perderem suas linhas deverão ser ressarcidos pela Prefeitura o que é negado pelo Prefeito, em resumo no momento o Edital esta sendo refeito, assim como todo o estudo elaborado pela empresa contratada pela anterior administração para a consequente elaboração do certame licitatório, aliás, esse estudo das linhas e tudo que o abrange são muito contestados pelos empresários.
Questionado a respeito das reclamações dos usuários do transporte coletivo de nosso município, o Prefeito Gerson Nunes, argumentou que procurou conversar com os Empresários solicitando a colaboração no sentido de proporcionar aos seus usuários o atendimento de suas reinvindicações mínimas, tais como colocar carros extras na semana de maior movimentação no município, dentre outras. Também informou a população através de nossas reportagens que reclamações contras as empresas deverão ser encaminhadas a Secretaria de Obras e Trânsito.
Resumindo, o assunto já foi muito debatido, primeiramente na Câmara de Vereadores onde inclusive o atual Prefeito na época como Vereador foi um dos que mais apresentou emendas ao Projeto oriundo do Executivo, também foi realizada uma audiência pública proposta pela administração anterior realizada no dia 12.11.2012 conforme Decreto Municipal 5619 de 2012, na oportunidade esteve presente os representantes da empresa Pró Cidades responsável por pesquisa de dados levantados em nosso município a cerca da realidade do setor e pela elaboração do Projeto de Restruturação do Sistema de Transporte Público, Urbano e Rural no Município o tal que é contestado pelos empresários do setor. Dessa audiência, apenas foi definido a data do certame licitatório que caberia a nova administração representada na audiência, pelo agora Prefeito Gerson Nunes.
De concreto até agora, uma quase licitação e um pedido de aumento (o que não acontecia há dois anos) nas passagens solicitado pelos empresários num percentual de 21% mas levaram apenas 15%, na justificativa da solicitação de aumento foram apresentadas dados referentes aos custos operacionais, bem como a argumentação de sempre; excesso de gratuidades e impostos cobrados. E recentemente os Empresários do Transporte Coletivo Intramunicipal, solicitaram através de correspondência para que fosse marcada uma Audiência Pública para expressarem suas ideias e informações referentes ao setor que julgarem necessárias a qual foi marcada para o dia 29 de agosto ás 14hs no plenário da Câmara de Vereadores. Do lado da administração O Prefeito Gerson, me colocou a par, que a empresa Pró Cidades já foi procurada para realizar um novo estudo do nosso sistema de transporte coletivo municipal e que após então será lançado novo Edital. Por parte dos usuários as queixas continuam inclusive denúncias de má prestação dos serviços, já foram protocoladas junto a Promotoria Pública.
Vamos aguardar essa audiência na Câmara Municipal, proposta pelos empresários e ai o detalhe, os empresários do setor estão mobilizados á administração municipal, faz o que pode e a população vai se queixando com relação aos serviços prestados. Mas uma afirmação pode e deve ser dita; a culpa de tudo isso são dos legisladores, os políticos que criam leis assistencialistas para ficarem de bem com os eleitores e quem acaba pagando essas benesses são os empresários, já que não existe uma desoneração fiscal para as empresas envolvidas e assim as mesmas terem um tipo ressarcimento pelas benesses impostas pela Lei em questão. Mas é míster que se chame a atenção dos senhores Vereadores, representantes do povo, que devem fiscalizar melhor, por exemplo, a planilha de custos tarifários que são apresentadas pelas empresas e que baliza o aumento das passagens, eu tive acesso ao ofício dos empresários em que solicitavam aumento e achei a “planilha” apresentada, muito sucinta para corroborar um aumento de 21% nas passagens, sendo que o salário mínimo, a poupança e a inflação, tiveram índices oficiais de reajuste bem inferiores  ao pedido dos nossos empresários.
Finalizando, opino é claro que se ache um denominador comum, para que todos sejam beneficiados, os empresários que geram emprego e renda para nosso município e os usuários que sustentam o transporte e portanto merecem, viajar confortavelmente e pagar  um valor pela passagem que não extrapole seu orçamento e que os aposentados permaneçam com seus direitos afinal muito colaboraram para o desenvolvimento de nossa terra e ainda movimentam a economia local com seus proventos.
E fica o convite para que os interessados se mobilizem e estejam presentes na Câmara Municipal de Vereadores no dia 29 de agosto as 14hs, quando o assunto será debatido a pedido dos senhores empresários e ficamos no aguardo de que os Vereadores marquem uma audiência pública para em nome do povo debaterem a questão e que seja realizada preferencialmente no interior do município onde concentra-se o maior número de usuários.
MOBILIZAÇÃO JÁ ! TRANSPORTE COLETIVO ACESSÍVEL E DE QUALIDADE É UM DIREITO DE TODOS.