Diretor do MPA Canguçu Marcio Cardoso (de óculos)
acompanha canguçuenses na assinaturas dos financiamentos
Na quinta-feira passada, acompanhei a caravana de integrantes do Movimento dos Pequenos Agricultores de Canguçu, em dois ônibus nos deslocamos até Santa Cruz do Sul, sendo que para 18 integrantes, a viagem foi especial, pois iriam assinar os contratos de financiamentos de casas novas do Programa Minha Casa Minha vida do Meio Rural.
Viagem tranqüila, muita conversa sobre questões relacionadas a agricultura familiar e claro sobre o assuntos relacionados as bandeiras de luta do MPA, levantadas em recente mobilização realizada em nosso Estado, sendo uma o perdão das dividas até dez mil reais, pleito este que até agora não encontrou eco junto ao governo federal. Inclusive havia a possibilidade de ser aproveitado o evento para pressionar o Presidente Lula a respeito, já que o mesmo estaria presente.
Mas o que se viu, foi só festa , muita politica e desconsideração com os militantes do movimento, que no meu entender foram tratados como, uma turba de baderneiros irresponsáveis e que poderiam atentar contra a vida do Presidente da República, digo isso porque o aparato montado pela policia federal, colocou os camponeses num brete metálico debaixo de um sol forte, sob os olhares atentos dos seguranças, sendo que a esquerda uma equipe da organização chamava os Prefeitos e Vereadores para que utilizassem um acesso previlegiado para adentrarem no complexo do MPA e a direita do “Brete” cruzavam carros luxuosos das autoridades presentes que se deslocavam com batedores da Brigada Militar rumo ao local onde estaria o Presidente Lula. Enquanto isso no “Brete” a massa camponesa seguia lentamente, como numa via sacra até a última estação que era nas barreiras detectoras de objetos metálicos, onde foi proibido pelos soldados da Brigada Militar de se passar com nosso equipamento de chimarrão, percebam o absurdo a paranóia o tratamento que foi destinado aos agricultores a razão do evento e já que estamos em período eleitoral, os eleitores em potencial e que inclusive elegeram muitos que ali estavam cobertos de privilégios.
Após passarmos as barreiras detectoras de metal, e conferirem que não estávamos armados, outro brete metálico nos aguardava e lá fomos, e como diz a musica do Zé Ramalho “ Eh, ôô, vida de gado, Povo marcado, ê Povo feliz...” e nesse estreito corredor montados sob pedras pontiaguadas e ainda sob os olhares vigilantes dos seguranças, que a qualquer movimento nosso, diferente do seguir em frente, éra tratado como ato de insubordinação. Bom após o almoço que terminou as 14hs (outra longa espera eainda sendo bombardeados pela intensa campanha politica dos candidatos petistas que ali se encontravam) até o suplício do brete decorreram quase três horas de espera até chegarmos ao local do evento onde estaría o Presidente Lula, indo a pé levaríamos talvez exagerando quinze minutos.
Finalmente chegamos ao local, onde pelo menos tinha água mineral de graça e enquanto aguardavámos o início do evento e a chegada do Presidente ao local, notava-se o frenesi do pessoal na espera do Lula que após vsitar o complexo do MPA, finalmente chegou e quebrando protocolos aproximou-se dos presentes, apertando suas mãos, abraçando alguns tirando fotos, enfim deixando sua segurança apavorada, mas Lula é o Cara...e arrancou aplausos, gritos de adoração. Teve gente que foi as lágrimas, quase desmaiou..e o Presidente subiu ao palco, e continuou hipnotizando com seu jeitão bonachão a platéia presente....Cadê protestos, onde estavam faixas de protestos, as palavras de ordem “ Queremos o perdão das divídas assim com teve o povo do nordeste ” que nada e o Presidente ainda contou a observação feita pela Presidente da Caixa Federal que achou os pobres do Rio Grande do Sul muito bonitos, a gargalhada foi geral e assim seguiu Lula por quase meia hora, discorrendo a respeito das conquistas de seu governo, terminou ovacionado como uma grande estrela do Show Bussines e a massa camponesa, satisfeita com uns tratores e caminhões financiados pelo programa mais alimento e 213 casinhas para o meio rural .
Terminado o evento, fomos liberados, mas ainda sob os olhares atentos dos seguranças e proibidos de conhecer os pavilhões do Complexo do MPA...bom fica para a próxima, assim como as reenvindicações da massa camponesa