Pois bem amigos leitores, depois de cinco dias
hospitalizado, para que fosse realizada a operação de extração do tumor
cancerígeno, fui liberado do hospital e encaminhado para o restante da fase de
recuperação em casa, sendo nessa fase acompanhado de uma sonda urinária, já que
devido a intervenção cirúrgica o simples ato de urinar seria impossível,
portanto o caso foi ir me acostumando com a meu mais novo acessório, uma bolsa,
e não seria para carregar equipamentos utilizados quando faço minhas
reportagens. Se nada contra eu poderia fazer o jeito foi me acostumar com o
acessório o mais difícil foi o de conviver com o desconforto causado pela
utilização da sonda, principalmente à noite, mas isso até que não foi nada diante do que me esperava mais adiante
que seria a retirada da sonda e o ato de urinar após a retirada da mesma.
Enquanto me recuperava em casa, fui recebendo a solidariedade de amigos e
familiares e muitas visitas, onde na oportunidade a conversa girava em torno da
doença e histórias de superação, como por exemplo, o caso do nosso atual vice-prefeito
Neizinho Buboltz que me relatou seu histórico de convivência com a Diabetes que
quase lhe tirou a vida. E assim entre uma visita e outra, entre um causo e
outro o tempo ia passando e eu contando os dias para a próxima consulta médica
e a retirada da sonda para partir para a próxima etapa da recuperação.
Finalmente chegou o dia da consulta e a retirada da sonda,
após aguardar a chamada na sala de espera do ambulatório da FAU, fui
encaminhado à sala de procedimentos ambulatoriais e fiquei aguardando os
médicos para os procedimentos de analise do pós-operatório e a retirada da
sonda. Nessa espera que durou cerca de trinta minutos a minha expectativa
girava em torno de como seria essa retirada da sonda, eis que chega o Dr. André
Diniz, que faz a avaliação do pós-operatório e autoriza a retirada da sonda pelo Dr. Marcos
Pereira que imediatamente começou os procedimentos para a retirada da mesma,
sem falar nada com gestos rápidos e precisos me fez ver estrelas e urrar de
dor, mas foi coisa rápida e lá se foi a sonda para o lixo e eu saltei da maca
libertando-me lépido e faceiro daquele
tipo de coleira. Na sequencia reunido com os médicos, os mesmos foram me
orientando em relação a procedimentos de higienização do local da operação,
alertaram-me de como seria doravante o ato de urinar, ou seja, para mim agora
só sentado e após essas orientações eu fiz a pergunta que não quer calar; E quanto a
prática do ato sexual como será doravante Dr. perguntei de supetão meio rindo para
não chorar com medo da resposta. Pacientemente o Dr. Diniz me explicou que os
canais cavernosos do pênis não foram retirados e que no momento devido à
operação os mesmos estavam retraídos e com o tempo voltarei a ter ereção,
ejaculação etc...claro levando em conta que com a retirada da glande o tamanho
do pênis diminui consideravelmente mas como já disse em post anterior ainda
sobrou para dar uma “brincadinha”, mas vou dizer a vocês amigos leitores, olhando
não da para acreditar, mas como já estou nos 5.1 o sexo já não se configura
como uma tarefa muito importante no meu dia a dia. Respondida essa pergunta
ainda resta agora a espera do resultado do exame patológico do tumor retirado e
a avaliação final do meu câncer o qual esta agendada para o mês de outubro, até
lá continuo em tratamento com antibiótico e me adaptando a nova realidade
peniana e mijando sentado....
Retornando para casa, que sensação de alivio, sem aquela
sonda, sem dor, passei uma tarde tranquila e serena, mas ao chegar anoite,
primeiro me cuidava na cama pois parecia que eu estava ainda com a sonda, sem
contar que as idas ao banheiro eram de duas em duas horas e que ardência ao
urinar e mais estourou uma alergia, tipo urticaria, que não me deixava quieto,
muitas coceiras e vermelhões pelo corpo, segundo os entendidos alergia a
anestesia ou aos remédios para dor que tive que tomar após a operação, assim
estou passando meus dias após a cirurgia, contando desde o dia 08 de agosto,
quando fiz a biópsia, até hoje não sei o que é dormir uma noite inteira sem me
levantar, sem coceiras, sem uma dorzinha...mas vamos em frente com certeza isso
tudo vai passar.
Mais uma vez agradeço aos amigos que de uma maneira ou outra
estão me estendendo à mão, também agradeço as orações de pessoas que não
conheço e de outros que não via há muito tempo se solidarizando comigo e também
de desconhecidos que estão comentando da maneira como estou convivendo ou encarei
a doença, olha digo para vocês, talvez porque já estou com 51 anos o baque da
amputação parcial do pênis não foi assim tão assustador, mas fico imaginando se
por exemplo eu estivesse com 20 ou 30 anos, como seria a minha reação....e
mesmo assim as vezes me parece que não caiu a ficha, a dois meses atrás eu não
tinha nada e de repente, câncer, hospitalização, operação com a amputação
parcial do pênis, etc..etc...que isso meu Deus? Que virada e como diz o Felix na
novela será que salguei a Santa Ceia para merecer tudo isso ? A verdade é que temos
que encarar o que a vida nos oferece, tudo resultado do que semeamos em nosso
passado, portanto só me resta agradecer a Deus a oportunidade de continuar
vivendo e orar por aqueles que se encontram em pior situação que eu.
E nem tudo é tristeza nessa fase pela qual estou passando,
com a doença, laços com meus familiares foram novamente estreitados, minha mãe,
minhas irmãs, Marice e Maria Isabel e via face as irmãs Rita que esta no Rio de
Janeiro e Valéria que esta em Minas Gerais e
ainda no dia do meu aniversário dia 20/09, recebi a visita de um irmão
que não via há mais de quarenta anos o qual mora em Charqueadas e é sargento da
Brigada Militar, cuja foto coloquei no face.
No próximo post, documentos, fotos, resultado final e laudo, bem como campanha de esclarecimento a respeito do Câncer de Pênis...e não esqueçam prevenção é o melhor remédios para todos os males...